quarta-feira, 26 de junho de 2013

Por quê o SBT não aluga horários para igrejas evangélicas - a explicação de Silvio Santos

No último domingo (23.06.2013), a Folha de São Paulo publicou uma entrevista do empresário e apresentador de TV Silvio Santos ao repórter Joelmir Tavares para a coluna de Mônica Bergamo. 

Silvio, que não gosta de dar entrevistas, acabou respondendo as perguntas do persistente repórter sobre diversos temas. Entre as respostas, uma chamou bastante atenção. Quando foi perguntado sobre o porquê do SBT não exibir programas religiosos, Silvio Santos, que é judeu, respondeu o seguinte: 

“Judeu não deve alugar a televisão para os outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras religiões entrarem em Israel? A história é essa: no dia em que os judeus começaram a deixar que outros deuses fossem homenageados em Israel, os babilônios foram lá e tiraram o templo e jogaram os judeus para fora. O judeu não pode deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT. Nós não temos nenhum programa judaico, né? Nem católico nem evangélico nem budista. Nada disso. O  SBT é uma casa judaica”

O SBT é a única emissora de TV aberta que não tem programação religiosa (até mesmo a rede Globo transmite semanalmente as Missas da Igreja Católica). Em tempos em que a religião obedece  cada vez mais os critérios e leis do Mercado, a resposta de Silvio Santos soa interessante. 

Em outro trecho da entrevista Silvio avalia que muitas das decisões tomadas na concorrente TV Record devem acontecer por causa da opinião dos líderes da Igreja Universal. 



terça-feira, 25 de junho de 2013

Sobre as manifestações populares das últimas semanas

Tentar escrever a história no calor dos acontecimentos é um desafio. O historiador, ao falar do passado tem a vantagem de já conhecer, a priori, os resultados (ou pelo menos parte dos resultados) da ação dos homens a longo prazo. Neste sentido, o distanciamento do tempo a se estudar facilita seu trabalho.
Ainda há muito a se falar sobre os eventos que têm acontecido no país nas últimas semanas, com a participação de multidões nas ruas das principais cidades do país em protestos múltiplos.
No dia 17 de junho, auge das manifestações, quando o esplanada do Congresso Nacional foi tomada pelos manifestantes fiz o seguinte comentário no Facebook:

O constrangimento pelo qual alguns programas de televisão passaram nos últimas dias (eram contrários às manifestações populares e em determinado momento se viram obrigados a concordarem - o caso do Datena mudando de opinião ao vivo é um exemplo evidente) desmistifica a crença do senso comum de que o povo não pensa, é alienado, é controlado pela mídia... Embora isto possa ser verdade em muitos casos, a realidade da última semana mostra o contrário. Os grandes veículos de comunicação se deram conta de que não são os detentores da verdade. Neste sentido, as redes sociais abriram espaço para a apresentação de um outro ponto de vista, vislumbrado diariamente pela maior parte da população, mas que, por razões diversas, não encontrava seu devido espaço, abrindo espaço assim para a versão dos grandes veículos de comunicação. Assim, acredito que a onda de protestos que toma conta do país serve de referencial para refletirmos sobre o funcionamento de nossa sociedade, em especial sobre a forma como construímos a realidade e a interpretamos.

Naquele momento o que me chamava a atenção era ver a mídia sendo pega de surpresa diante dos rumos de um movimento que nasceu da indignação com relação ao aumento da passagem de ônibus e que passou a agregar diversas outras demandas (entre elas inclusive protestos contra os grandes veículos de comunicação).

No entanto, em três dias percebi que a situação mudou, e a forma como a mídia apresentava o movimento também. No dia 21 de junho escrevi:


Há três dias atrás fiz um comentário aqui sobre a consciência política do povo e o consequente reposicionamento da grande mídia em relação às manifestações. Também disse que estava curioso para saber o que aconteceria depois que o governo decidiu abaixar a passagem do ônibus em SP. Percebo que o movimento tomou múltiplas faces, caminhando desde uma consciência política sóbria e coerente com o papel que deve ser exercido tanto pelo governo quanto pelo povo em um sistema político democrático, como o nosso, mas percebo também o discurso vago dos que protestam sem mais saber o porquê, propondo, por exemplo o retorno da ditadura (pasmem!), ou mesmo o impeachment da presidente (não creio que a conjuntura social e política de nosso país esteja exigindo uma atitude como esta). Também acho estranho a forma como a Rede Globo tratou as manifestações ontem a noite, parece haver um objetivo de dirigir a massa inconsciente em determinado sentido (lendo algumas opiniões aqui no Face hoje, me lembrei do que aconteceu na Venezuela em 2001). De qualquer forma, o importante é não deixar que o calor das emoções de ver mais de 100 cidades brasileiras envolvidas em protesto, roubem nossa capacidade de agir e pensar conscientemente e com coerência, sob pena de vermos uma parte significativa da multidão se transformar em massa de manobra.


Passados mais três dias, penso que ainda não é possível fazer um balanço do movimento: por um lado temos o governo  anunciando uma reforma política, por outro vemos os  que procuram tirar proveito político-eleitoral do movimento (direcionando-o apenas para a conta do governo federal), por outro, temos a perspectiva da mídia que soube adaptar seu discurso aos diferentes momentos das manifestações, evitando assim "se queimar" junto aos manifestantes.

Creio que ainda há muito para se pensar, já que a análise da realidade não é uma tarefa simples e está impregnada de lógicas firmadas em diferentes ideologias e visões de mundo, o que pode garantir inclusive, diferentes leituras do mesmo momento histórico. Portanto, aguardemos e acompanhemos o desenrolar da situação de nosso país nos próximos dias.

Abraço a todos e todas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Mídia, Religião e Política: palestra com a Profª Magali do Nascimento Cunha

A Fonte Editorial promoverá na próxima sexta-feira, dia 28 de junho a "Sexta Filosófica", com a participação da Profª Drª Magali do Nascimento Cunha (Doutora em Ciências da Comunicação pela USP e professora da Universidade Metodista de São Paulo). A professora também é responsável pelo Blog Mídia, Religião e Política



Local:  Igreja Presbiteriana do Butantã - São Paulo
Endereço: Av. Afrânio Peixoto, 457. Butantã  (avenida principal da entrada da USP)
Horário: 19:00

Maiores informações no site da Fonte Editorial

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Paulo e a Igreja em Filipos (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fil 1.1-11



A carta de Paulo aos Filipenses é nutrida por sentimentos de proximidade em meio a distância. Os primeiros versículos mostram uma profunda afeição entre Paulo e seus leitores. Esta afeição é fruto de uma história antiga envolvendo o apóstolo e os crentes da cidade de Filipos.

Assim, creio que antes de falar sobre a carta aos filipenses, devemos voltar nosso olhar ao livro de Atos dos Apóstolos (cap. 16), onde a história de Paulo na cidade começa. Na ocasião Paulo, acompanhado de Silas, realizava sua segunda viagem missionária. No entanto, não estava em seus planos ir à Macedônia, distrito cuja principal cidade era Filipos. Paulo queria ir à Ásia e depois à Bitínia, porém nos dois casos, "o Espírito do Senhor não permitiu" (At 16.6,7). Foi então que o apóstolo teve uma visão em que um jovem macedônio lhe pedia ajuda. Assim, a ida de Paulo para Filipos aconteceu sob circunstâncias não comuns. Em sua passagem pela cidade contou com a companhia de Silas e Lucas, o escritor de Atos dos Apóstolos.

Filipos era uma importante cidade no Império Romano, uma das poucas a receber o título de colônia romana. Diferente do que normalmente acontecia, a aproximação de Paulo com os moradores da cidade não aconteceu na sinagoga, mas a beira de um rio, onde os judeus costumavam orar (ao que parece, a comunidade judaica não era muito grande na cidade). A primeira pessoa a receber o Evangelho foi Lídia, uma comerciante que teve destaque na formação da igreja de Filipos.

Na cidade, dois outros eventos conhecidos no ministério de Paulo tiveram lugar: o primeiro deles foi a expulsão do espírito de adivinhação de uma jovem, que devido as suas "habilidades", costumava dar muito lucro aos seus senhores. O fato levou Paulo e Silas à prisão, após serem açoitados publicamente. Lá, aconteceu o segundo evento de destaque: o terremoto na prisão, que aconteceu quando Paulo e Silas cantavam, perto da meia-noite (abro aqui um parenteses para lembrar que o terremoto não aconteceu para que os missionários fossem libertos da prisão, mas para permitir que o carcereiro e sua família se convertessem. Depois de pregarem para eles, Paulo e Silas voltaram à prisão e foram soltos apenas no outro dia, por ordem das autoridades da cidade. Creio que este poderá ser o tema para um próximo post).

A cidade de Filipos era bastante identificada com os valores e religiões romanas. Ao ser preso, Paulo e Silas foram acusados de perturbarem a cidade com costumes judaicos. O magistrados se espantaram ao descobrirem que Paulo também era romano, e por isto os soltaram.

Quanto à comunidade cristã que se formou em Filipos, os relatos são bastante positivos: em At 16, os irmãos reunidos na casa de Lídia confortaram Paulo e Silas após sua prisão. Em outras ocasiões contribuíram financeiramente com os irmãos necessitados da Judéia e posteriormente sustentaram também o próprio apóstolo Paulo.

Assim, quando Paulo escreve sua carta aos filipenses é bem provável que em sua mente estivessem as lembranças de todos estes momentos. De fato, quando a carta foi escrita, Paulo tinha acabado de receber uma contribuição generosa dos irmãos de Filipos, enviada por intermédio do irmão Epafrodito, que acabou ficando doente, quase chegando à morte.

A carta aos filipenses teve desta forma três objetivos práticos: tranquilizar os irmãos quanto à saúde de Epafrodito, recomendar Timóteo aos irmãos (ele iria para lá e é possível que a igreja ainda não o conhecesse bem) e mostrar sua gratidão pelo apoio constante daquela comunidade e em especial pela contribuição recebida. S.E. McNair chama a carta de recibo, "o mais belo recibo de toda a literatura"  

Não há concordância quanto ao local de escrita da carta, embora não haja dúvidas de que Paulo a escreveu enquanto estava preso (ele diz isto categoricamente). Paulo informa ter sido preso várias vezes (Clemente de  Roma, no fim do século I, afirmou que ele ficou encarcerado sete vezes), no entanto, enquanto escrevia aos filipenses, Paulo conseguia interagir com as igrejas e até receber visitas. Tais condições reforçam a ideia de que a carta foi escrita em Roma, enquanto Paulo estava em prisão domiciliar, esperando seu julgamento final (At 28).

Assim, mesmo encarcerado e certo de sua condenação, Paulo não deixou de celebrar a amizade e o carinho que nutria para com os filipenses, e escrever a sua mais alegre carta. Isto não o impediu, no entanto, de tratar de problemas pontuais naquela comunidade, como veremos nas próximas semanas.

Abraço a todos e todas.

Referências: 
CARSON, D.A; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Inttrodução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997
McNAIR, S.E. A Bíblia Explicada. 4ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1997


terça-feira, 18 de junho de 2013

Assembleia de Deus completa 102 anos

Neste dia 18 de junho a Igreja Assembleia de Deus brasileira completa seu 102º aniversário.
Fundada em Belém do Pará em 1911 por um grupo de 16 pessoas liderado pelos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, a Assembleia de Deus é hoje a maior denominação evangélica do país e o segundo maior grupo religioso, perdendo em números apenas para a Igreja Católica. De acordo com o Censo 2010, mais de 12 milhões de brasileiros declaram-se assembleianos. A foto que ilustra esta postagem é do interior do segundo templo da denominação, construído na capital paraense em 1926.


O dia 18 de junho de 1911 é a data de realização do primeiro culto assembleiano, na casa de Celina e Henrique Albuquerque. Ali reuniu-se o grupo que daria origem à Missão da Fé Apostólica, posteriormente chamada de Assembleia de Deus. 

Apesar de sua força numérica, a Assembleia de Deus está fragmentada em uma série de ministérios independentes com presidência, administração e costumes próprios (para citar alguns exemplos temos os Ministérios do Belém, de Madureira, Ipiranga, Santos, Perus, Bom Retiro, entre outros). Tanto é que a denominação não conseguiu fazer uma festa unificada de seu centenário há dois anos. 

Uma boa opção para conhecer a história da Assembleia de Deus, sob o aspecto das representações sociais criadas por seus membros no decorrer de sua história centenária, vale a pena conhecer o blog Memórias das Assembleias de Deus, coordenado pelo historiador catarinense Mário Sérgio Santana, que mantém também uma fan-page no Facebook, alimentada continuamente com material fotográfico enviado por assembleianos de todo o país. 

Assim, deixo hoje meu abraço especial a todos os assembleianos do país! 

Veja também:



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Saulo, Saulo (em áudio)

A seguir compartilho mensagem que preguei no dia 16 de junho de 2013 no culto noturno da igreja Assembleia de Deus em Vila Perus / São Paulo -SP. O texto chave foi At 9.1-20, o conhecido relato da conversão de Saulo de Tarso, o apóstolo Paulo. 



Para ouvir ou baixar a mensagem  CLIQUE AQUI.


Abraço a todos e todas! 


Veja também:

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sobre deuses e redes

Lendo o livro do profeta Habacuque, chamou-me a atenção uma das figuras de linguagem usadas  para mostrar a  inconformidade e indignação do profeta com relação aos babilônicos, que em breve assolariam a sua nação, levando-a ao cativeiro (já tivemos a oportunidade de falar sobre o drama e os dilemas do profeta Habacuque em postagem anterior - veja aqui). 

Habacuque compara os babilônicos à pescadores com anzóis certeiros e ameaçadoras redes e os judeus a peixes prontos para serem capturados sem direito a defesa.  O profeta então pondera: "e por essa razão eles (os babilônicos) oferecem sacrifício às suas redes e queimam incenso em sua honra, pois, graças às suas redes, vivem em grande conforto e desfrutam iguarias" . (Hc 1.16). A figura usada pelo profeta é semelhante ao comentário feito pelo próprio Deus alguns versículos anteriores, quando diz que os babilônicos tinham por deus a sua própria (Hc 1.11 - NVI)

Logicamente o profeta não está dizendo que os babilônicos ofereciam sacrifícios e levantavam altares à redes de pescaria, mas quer mostrar que davam uma conotação religiosa a sua força militar, que na época os transformou em uma potência mundial. Os babilônicos se esqueciam que seu sucesso dependia muito mais da fraqueza dos povos conquistados do que de sua própria força (lembre-se de que em menos de um século os babilônicos caíram, quando apareceram dois impérios que aliados tornaram-se mais fortes: os medo-persas). 

Aí mora a grande deficiência do prepotente: esquecer-se que sua força depende da fraqueza de outro, e, nesse esquecimento transformar os instrumentos com os quais oprime e destrói em espécies de deuses, intocáveis e inegociáveis. 

Os profetas do Antigo Testamento anunciavam que o poder de Deus não estava baseado na opressão e nas ferramentas da injustiça, por isso, sua adoração requeria um compromisso com a prática do bem. 

No capítulo seguinte de Habacuque, Deus mostra a Habacuque a efemeridade do poderio babilônico: chegaria o dia em que os fracos dominados se revoltariam e se fortaleceriam, tornando em nada seu força. 

Que não haja em nossos corações o desejo de adquirirmos poder e influência às custas de alguém que está sendo oprimido, nos esquecendo que o verdadeiro Deus não tem compromisso com a prática da injustiça. Nossas redes nada são quando comparadas com aquele com criou todo o mar.

Abraço a todos e todas!


domingo, 9 de junho de 2013

#Podcast 05: Em tudo dai graças


Nossa 5ª postagem da série Podcasts é sobre a famosa passagem de I Ts 5.23: "Em tudo dai graças". Acompanhe nossa reflexão em áudio, que foi originalmente levada ao ar no Programa Palavra Certa da Rádio Ternura FM, no ano de 2011. 



Abraço a todos e todas! 

Outras mensagens da série Podcasts: 


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Evento reunirá pesquisadores da religião de todo o Mercosul em Porto Alegre


Está programado para acontecer entre os dias 11 e 14 de novembro de 2013 na Universidade Federal de Porto Alegre a 17ª Jornada sobre alternativas religiosas na América Latina, evento bienal organizado pela Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul (ACSRM). A última edição, aconteceu em Punta del Este (Uruguai) em 2011.

O tema escolhido para este ano é: "Pluralismo e interculturalidade: fluxos e itinerários religiosos". Além das conferências ministradas pelos Profs. Joanildo Burity (Fundação Joaquim Nabuco), Joel Robbins (Universidade de Cambridge), Pablo Wrigth (Universidade de Buenos Aires) e Ramon Sarro (Universidade de Oxford), estão programadas mesas-redondas com os temas:  Religião e espaço público, Pesquisas comparadas em Religião, Pesquisas quantitativas sobre religião, Transnacionalização religiosa, Direitos Sexuais e reprodutivos, Religião e corporeidade, Religião e política, além de uma mesa em homenagem ao Prof. Antonio Flávio Pierucci, que morreu ano passado e era uma das referências nacionais na área de sociologia da religião. Na lista de debatedores há nomes de "de peso" no estudo do campo religioso. Vale a pena conferir.

Estão programados também 26 GTs sobre os mais variados temas. No dia 20 de junho serão divulgados os trabalhos aceitos para a apresentação. Maores informações no site do evento: http://www.ufrgs.br/xviijornadas/


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Faleceu o Pr. Sóstenes Apolos, o pastor de Marina Silva

Faleceu na noite de segunda-feira, dia 4 de junho de 2013, o pastor Sóstenes Apólos, presidente da Igreja Assembleia de Deus do Plano Piloto em Brasília e da CEADDIF (Convenção das Assembleias de Deus no Distrito Federal).

Sóstenes lutava a dois meses contra um linfoma. Faleceu aos 64 anos, deixando a esposa, três filhos e quatro netos.

O pastor, que presidia a Igreja em Brasília desde 1987, concorreu no mês de abril ao cargo de 2º vice-presidente da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), na chapa do Pr. Samuel Câmara, sendo derrotado pelo Pr. Sebastiaão Rodrigues de Souza, do Mato Grosso.

Em 2010, Apólos concedeu uma entrevista à Revista Época, já que entre os membros de sua igreja estava a ex-senadora e ex-ministra do meio ambiente Marina Silva, então candidata a presidente da república.

Em nota pessoal no Facebook, Marina declarou sobre seu pastor: "“Um homem amável, de coração generoso, dedicado à comunidade, deixa grande tristeza e imensa saudade em seus muitos amigos e admiradores. Que Deus console a todos neste momento de luto, especialmente sua esposa, seus três filhos, noras e netos”

terça-feira, 4 de junho de 2013

Professora brasileira se admira com o sistema educacional da Finlândia

Nosso blog é voltado principalmente para assuntos referentes ao estudo da religião no campo acadêmico, bem como a algumas reflexões no campo da teologia cristã. No entanto, abro hoje uma exceção para reproduzir uma matéria publicada originalmente no portal G1 sobre a educação na Finlândia sob a ótica de uma professora brasileira. Sei que toda matéria deve ser lida sob olhares críticos, e creio que esta, em especial, pode gerar importantes debates sobre a visão que temos sobre os referenciais de educação em nosso país. A matéria é da repórter Vanessa Fajardo (será que é minha parente? rsrs)


Boa leitura!

‘Me sinto uma rainha’, diz brasileira professora no país nº 1 em educação

Luciana Pölönen dá aulas de português em Espoo, na Finlândia (Foto: Arquivo pessoal)
Vanessa Fajardo, no G1
País com a melhor educação do mundo, a Finlândia tem entre os seus professores da rede pública uma brasileira. Luciana Pölönen, de 26 anos, nasceu em Salvador (BA), é formada em letras pela Universidade Federal de Bahia (UFBA) e se mudou para Finlândia em 2008, com objetivo de fazer mestrado. Desde 2010, compõe o corpo docente finlandês. No país do Norte da Europa, mais do que emprego, ela encontrou a valorização da profissão de lecionar.
“Eu me sinto como uma rainha ensinando aqui. Ser professor na Finlândia é ser respeitado diariamente, tanto quanto qualquer outro profissional!”, afirma a brasileira, que se casou com um finlandês, tem uma filha de três anos, Eeva Cecilia, e está grávida à espera de um menino. “Aqui na Finlândia o sistema é outro, o professor é o pilar da sociedade.”
A comparação com sua experiência escolar no Brasil é inevitável. “No Brasil só dei aulas em cursos, mas estudei em escola pública, sei como é. Sofria bullying, apanhava porque falava o que via de errado e os professores não tinham o respeito dos pais”, diz Luciana.
A professora Luciana com seu diário de classe finlandês (Foto: Arquivo pessoal/Luciana Pölönen)
A professora Luciana com seu diário de classe
finlandês (Foto: Arquivo pessoal/Luciana Pölönen)
Por quatro anos consecutivos, a Finlândia ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. Durante visita em São Paulo, na semana passada, a diretora do Ministério da Educação e Cultura, Jaana Palojärvi, disse que o segredo do sucesso do sistema finlandês de ensino não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou avaliações nacionais. O lema é treinar o professor e dar liberdade para ele trabalhar.
Luciana aprova o método. Há dois anos dá aulas na Escola Europeia de Helsinque, capital da Finlândia, de nível fundamental e médio e há um ano leciona português em uma escola de ensino fundamental em Espoo, cidade próxima à capital. “Dou aula de português porque toda criança falante de duas línguas tem o direito ao ensino de uma língua estrangeira na escola. Ou seja, todos os filhos de brasileiros têm direito ao ensino de português como língua mãe.”
Para conseguir a vaga, a brasileira passou por avaliação do histórico escolar da universidade, enviou uma carta pessoal em que expôs suas intenções, e enfrentou uma entrevista, uma espécie de prova oral feita em inglês.
Com o trabalho nas duas escolas, Luciana ganha 2.500 euros, o equivalente a R$ 6.500. Luciana tem contrato temporário porque ainda não finalizou o mestrado, termina a dissertação no fim do ano, por isso há uma redução no salário de 15% e de tarefas extras.
“Tenho total liberdade para avaliar meu aluno, tenho a lista de coisas de que ele tem de aprender até o fim do ano, mas como vou fazer fica a meu critério. Não preciso aplicar prova a toda hora, nem justificar nada para o coordenador”, afirma. “Temos cursos de aperfeiçoamento sem custo, descontos em vários lugares com o cartão de professor, seguro viagem, entre outros.”
Para Luciana, os alunos aprendem porque há um comprometimento deles, dos pais e da comunidade. “Eles aprendem o respeito desde pequenos, a honestidade vem em primeiro lugar. As pessoas acreditam umas nas outras e não é necessário mentir. Um professor quando adoece pode se ausentar até três dias. Funciona muito bem.”
mapa-finlandiaTradução e aula particular
Logo chegou à Finlândia, Luciana trabalhou como analista de mídia. Depois, em 2010, antes de atuar na rede de ensino pública, conciliava trabalhos de tradução e de professora particular. “Se aparecesse um trabalho para fazer limpeza, eu toparia sem problemas, desde que fosse honesto. Mandava currículo para algumas empresas, mas nunca era chamada. Pensei em omitir minha formação [em letras, pela UFBA], caso não arrumasse nada.”
Luciana voltou a trabalhar quando a filha tinha apenas um mês. Era um trabalho de tradução que às vezes fazia de casa ou ia até a empresa que ficava próxima à sua casa. Escapava para amamentar no intervalo do café. “Aqui a licença maternidade dura três anos, as pessoas achavam um absurdo eu trabalhar com uma filha de um mês. Na verdade faz parte da educação deles, hoje eu entendo mais.”
O respeito pelo próximo também é algo muito enraizado na cultura do finlandês. Luciana diz que diferente do Brasil, nunca sentiu preconceito na Finlândia por ser negra ou estrangeira. “Aqui as pessoas não parecem notar a cor de pele do outro contanto que exista respeito mútuo.”
Casos de violência ou bullying são muito raros nas escolas. “Foram cinco casos de violência no ano, mas para eles é um absurdo, não deveria acontecer. Eles sempre têm um plano para cada tipo de aluno, não é uma única forma para a classe inteira. No final, todos alcançam o mesmo objetivo.”
Diferenças
Na Finlândia, o professor é proibido por lei de encostar no aluno. Nem mesmo para dar um abraço. Luciana soube disso durante a aula de inglês, no estágio, em uma atividade onde alunos precisam demonstrar sentimentos numa espécie de encenação teatral e ela “relou” em uma aluna. A classe toda ficou estática, espantada.
Hoje, Luciana se acostumou à cultura.  “Acho que acostumei, nunca gostei muito de abraçar as pessoas se não houvesse um motivo muito importante para isso. Talvez esse seja o motivo de eu ter me acostumado aqui.” O frio também não lhe causa incômodo, nem mesmo a temperatura de 25 graus negativos que já encarou. Para a baiana, não há problemas desde que esteja com a roupa apropriada para manter o corpo aquecido.
Planos para o Brasil
No fim do ano, Luciana vai aproveitar as férias para voltar ao Brasil para visitar a família. Durante a temporada de dois meses pretende fazer workshops em escolas sobre o sistema de educação finlandês. “Gostaria de ajudar os professores de alguma forma, com treinamento, é o que eu devo para o meu país. Minha parte é tentar ajudar da maneira que eu posso.”
Para ela, a receita da Finlândia para ter uma educação nota 10, baseada na simplicidade, daria certo no Brasil se “as pessoas parassem de esperar ações do governo e agissem com as próprias mãos.” “Gostaria que minha filha visse meu país diferente e eu não tivesse de pagar uma mensalidade de 2 a 3 mil reais [caso morasse no Brasil] em uma escola particular para oferecer a ela uma educação de qualidade.”
Se o abraço tão habitual no Brasil não lhe faz falta e o frio não a incomoda, Luciana sente saudades de gargalhar com os amigos, de se deliciar com a comida da minha mãe, conversar a avó, escutar músicas com a tia e assistir Fórmula 1 com o pai. “Matamos as saudades via Skype ou quando alguns parentes visitam a Finlândia.”
Luciana Polonen é destaque em blog voltado para a comunidade acadêmica da Finlândia (Foto: Reprodução)
Luciana Polonen é destaque em blog voltado para a comunidade acadêmica da Finlândia (Foto: Reprodução)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

#Podcast 04: Ânimo

Mais uma reflexão da série Podcasts. O tema agora é ânimo, e o texto-chave para reflexão são os primeiros versículos do 12º capítulo de Hebreus. 

Ouça aqui: 



Outras mensagens da série Podcasts: 


sábado, 1 de junho de 2013

Nisso pensai

O texto a seguir é uma reflexão elaborada pelo meu amigo Fernando Cardoso, baseada em Fl 4.8 e na parábola do Filho pródigo: 


Por Fernando Cardoso*


Se déssemos a nós muito mais tempo no “pensar” teríamos mais o que falar, ou não falar, ou falar só o necessário. Pensar segundo o dicionário sugere: Formar idéias, refletir, raciocinar, ser de parecer, tencionar, imaginar, julgar, fazer curativo.

Pensar hoje seria alcançar o desejo de no minimo pensar como Deus pensa. E para isto temos as Escrituras. Alguém poderia dizer que Deus disse que “seus pensamentos sãomais altos do que os vossos pensamentos” É por isso que estamos aqui, porque é o encontro dos nossos pequenos conceitos, pequenos pensamentos, pequenas imaginaçoes, ou porque não dizer de nossas pequenas opiniões, onde neste encontro CURAS NO PENSAR são necessárias.

Quando somos curados de mente, que é o coração a sede da vontade, dos desejos, das intençoes, estamos guardando o que é de principal em nosso ser. Salomão pensou e escreveu Pv.4:23 “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”

Há alguém que nunca ouviu falar da Parabola do Filho Prodigo? Em Lc.15:11-32 Temos como personagens centrais PAI e seus dois filhos. O que aconteceu? O filho mais novo resolveu sair de casa com a sua herança e o mais velho ficou. O tempo passou e o filho mais novo reconhece seu erro e resolve voltar para casa, seu Pai o recebe e faz uma grande festa com o seu retorno. A historia poderia terminar aqui com todos felizes celebrando a volta do FILHO PRODIGO.

Lc.15:25-30 (LER) Temos o costume de olhar para uma situação é apontar, centrar nossa atenção naquilo que chama mais nossa atenção.

· Para alguns o que fez o Filho Prodigo merece atenção extrema

· Para alguns o que fez o PAI merece uma imitação necessária.

· Para mas o que fez o IRMÃO mais velho quase passa de nossa atenção.

Para tanto iremos traçar tres pontos nesta mensagem:

1. QUAIS AS ATITUDES DO PAI PARA COM O FILHO QUE FICOU?

a) Ele não fez proposta para o filho também ir embora

b) Ele deixou o filho servir

c) Ele buscou passar a sua alegria pelo seu filho que voltou

d) Ele buscou trazer consciência do que é uma ressurreição no coração, pois seu filho já estava morto.

e) Ele buscou mostrar como que a chance de alguém perdido um dia pode voltar

2. O QUE VEMOS DO IRMÃO MAIS VELHO EM RELAÇÃO AO IRMÃO QUE VOLTOU?

a) Ele ouviu a musica

b) Ele chamou um funcionario

c) Ele ouviu que era seu irmao

d) Ele não considerava o seu irmão fazia tempo.

3. O QUE PODE TER PENSADO O IRMÃO QUE VOLTOU DO IRMÃO QUE FICOU?

a) Apesar de tudo o que fiz sei quem me ama: Meu Pai.

b) Quanto a meu irmão, minha consciência está tranquila; pois contra meu Pai que pequei.

c) Aprendo que não são todos os que participam da mesma alegria.

d) Importa que tenho uma outra chance em casa e minha missão é conviver com o meu irmão.

e) Não posso deixar a festa acabar, ainda que alguém queira que acabe.

f) O que meu pai não deu foi uma festa particular, ele deu uma festa do retorno.

g) O desprezo de meu irmão serve para que eu não faça o mesmo, se um dia ele venha erra.

h) Mais vale estar na casa de meu pai e convivendo com as indiferenças de meu irmão do que longe.



*Fernando Cardoso é evangelista na Igreja Assembléia de Deus. Há vários anos desenvolve trabalhos com adolescentes, além de ser professor nato de Escola Bíblica Dominical. É colaborador de nosso blog e mantêm um blog próprio o "Fala, Fernando Cardoso


Veja também: 

Corre! por Fernando Cardoso

#Podcast 03: Os dois filhos