sábado, 31 de agosto de 2013

Os inimigos da cruz de Cristo (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 3.17-21

Para o trecho a ser estudado esta semana Paulo está retomando um assunto que já havia apresentado no início do capítulo 3: a suposta superioridade que os judaizantes sentiam ter sobre os demais. Confiando em sua "vida religiosa autêntica" e na preservação dos rituais da lei de Moisés, estes eram perigosas influências para a igreja de Filipos.

Por outro lado, havia também o perigo daqueles que viviam apenas para satisfazer os próprios deleites e usavam argumentos religiosos para se defender: "não há nada de bom na carne, mas enquanto estou preso nela devo satisfazê-la".

Para combater os dois grupos Paulo desenvolve duas ideias. 

A primeira delas é que o Evangelho se baseia principalmente na prática cristã. Ou seja, todo o nosso discurso deve ser confirmado por atitudes que sejam adequadas ao conteúdo do Evangelho. Por isso o apóstolo diz: "Sede  meus imitadores". Ou seja, mesmo plenamente consciente de suas próprias limitações, Paulo estava seguro de estar dando um bom exemplo de como seguir a Cristo. 

Na semana passada discutimos este versículo na reunião de professores de EBD em nossa Igreja, tentando argumentar que Paulo não estava sendo arrogante ao se colocar como exemplo para igreja de Filipos. Foi quando um de nossos professores (Pb. Eric Nascimento) disse o seguinte: "sou pai e sei que não sou perfeito, mas posso chegar para o meu filho e dizer: filho, se você quiser ser um homem de caráter siga o exemplo do seu pai. Faça as mesmas coisas que eu faço e você se dará bem na vida". Paulo tinha convicção de que estava no caminho certo e não se envergonhava de admitir isto, portanto, ele não era movido pela arrogância, mas pelo cuidado para com seus filhos na fé.

Em segundo lugar Paulo diz que toda vez que empenhamos as nossas forças para alcançar algo efêmero, estamos caminhando na contramão da mensagem da cruz. Se nossa glória é a satisfação de nosso próprio ego e nos julgamos o centro das atenções (como acontecia com os judaizantes), automaticamente nos tornamos inimigos da cruz, já que sua mensagem é a de que devemos renunciar a nós mesmos. A cruz nos convida à renuncia! A Cruz nos nos apresenta um caminho de glória que começa no auto-esvaziamento! A cruz nos convida a diminuir!

Que Deus nos guarde de colocar nossas pretensões à frente da cruz a acharmos que dela não mais precisamos. 

Abraço a todos e todas. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A suprema aspiração do crente (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 3.12-16

Se pedíssemos a um artista atual que desenhasse em uma figura simbólica o que representa “o cristão” – que imagem o artista escolheria? Que impressão tem ele da “essência” dos cristãos de hoje? Talvez ele desenharia o “ouvinte” ou uma mulher que sentada de mãos postas diante de uma Bíblia aberta.
Dificilmente ele lembraria uma imagem que para Paulo na verdade era a imagem apropriada de um “cristão”: a imagem de um desportista no estádio! O próprio Paulo se via nessa imagem. Qualquer interpretação e aproveitamento do presente trecho, portanto, precisa acontecer de tal maneira que essa imagem do cristão fique explícita. (Werner de Boor)

No trecho que estudaremos esta semana o apóstolo Paulo está falando sobre motivação cristã. Na realidade ele está dando continuidade à ideia que começou a desenvolver nos versículos anteriores, quando falava da motivação dos maus obreiros, que eram impelidos pelo desejo de reconhecimento pessoal e inspirados por uma religiosidade vã.

Depois de falar sobre as motivações inúteis dos judaizantes, Paulo fala da verdadeira motivação, daquilo que o inspirava a prosseguir, e que deve ser o alvo último da vida de cada cristão.

Duas expressões podem sintetizar a ideia deste texto. A primeira delas é "conhecer a Cristo, como dele sou conhecido". Por mais que a salvação já esteja garantida para aqueles que aceitaram a oferta gratuita de Cristo na cruz, há uma dimensão da vida cristã que consiste em aproximar-se de Deus e tornar-se cada dia mais íntimo de sua presença. Significa caminhar com ele, fazê-lo participante  de cada um dos departamentos da nossa vida. Como reiterado por Myer Pearlman no comentário de nossa lição, conhecer a Cristo não significa apenas saber quem ele é, mas ter uma relação de proximidade com ele, significa ter histórico de convivência com o Criador.

Há pessoas que estão juntas todos os dias e não se conhecem de fato. Há pessoas casadas que não sabem muito a respeito de seu cônjuge! Há também cristãos que não sabem muita coisa a respeito de seu Deus, embora possam ter um conhecimento teórico muito grande da teologia cristã.

Paulo sabia que nunca iria conhecer a Cristo tão bem quanto Cristo o conhecia (lembre-se que a primeira vez que Paulo teve contato com Cristo, no caminho de Damasco, Jesus já tinha a "ficha completa" dele e revelou conhecer detalhes que nem o próprio Paulo conhecia). Para este propósito, utilizava a mesma força que anteriormente usara para perseguir aos cristãos. Ele empenhava todas as suas forças não para se tornar um religioso exemplar, mas para conhecer a Cristo: eis o maior triunfo da vida cristã!

Para tanto, a exemplo do corredor em um estádio, o apóstolo não olhava para trás, mas seguia para o alvo. Assim, compreendemos que é possível perder-se no meio da caminhada cristã quando focamos algo que não é Cristo. Eis a preocupação de Paulo com relação aos filipenses: de que eles fossem "engolidos" por preocupações que os afastassem de Cristo (no capítulo 4 o tema aparecerá de novo, quando a carta tratará do tema ansiedade).

A segunda expressão central no texto é "o prêmio da soberana vocação". Se conhecer a Cristo é o supremo alvo do cristão e o maior privilégio que se pode ter em vida, o que se dirá de ser semelhante a Cristo?! O prêmio da soberana vocação é ser participante da mesma natureza que o próprio Cristo. É ter um corpo glorificado, como ele tem:

Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é.
Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro.
(1 Jo 3.2-3)

Que alimentemos esta esperança! 

Veja também: 

Referências: 
BOOR, Werner de. Carta aos efésios, filipenses e colossenses: Comentário Esperança. Curitiba: Editora Evangélica Espernça, 2006.
PEARLMAN, Myer. Epistolas paulinas. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. 


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Profetiza, filho do homem! (em áudio)

Compartilho hoje arquivo em áudio da mensagem ministrada ontem (19/08/2013), na Igreja Assembleia de Deus de Vila Perus em São Paulo/SP.

O texto-chave foi Ez 37.1-14, a famosa "visão do vale de ossos secos". A mensagem nasceu a partir de um texto que postei aqui no blog no mês de maio.


Para ouvir ou baixar a mensagem CLIQUE AQUI

Para ler o texto CLIQUE AQUI

sábado, 17 de agosto de 2013

A atualidade dos conselhos paulinos (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 3.1-11

Chegamos ao terceiro capitulo de filipenses! Neste ponto aparece que Paulo estava pronto para concluir a carta quando escreve: "Finalmente irmãos, alegrai-vos no Senhor!" 

No entanto, parece que ele se lembra de algo, ou alguma circunstância específica que lhe aconteceu enquanto elaborava a carta lhe faz escrever mais algumas linhas (Epafrodito teria lhe informado de alguma situação específica que o preocupava em Filipos? Paulo teria se lembrando do problema que já estava acontecendo em outras igrejas e decide incluir o assunto na carta antes de concluí-la? Estas são apenas algumas especulações). De fato, o assunto não poderia ficar de fora: trata-se do problema causado pelos maus obreiros.

Em suma, Paulo está fazendo referência àqueles que de uma forma legalista queriam colocar sobre os filipenses um fardo pesado demais para carregar, dizendo que o cristão, para efetivamente agradar a Deus deveria guardar todos os mandamentos da lei.

O problema dos que assim pregavam não era apenas o fato de compreenderem equivocadamente a relação entre a lei e a graça, mas também de se julgarem superiores aos demais pelo fato de serem fiéis guardadores da lei. Por isso, Paulo os chama de "cães", uma referência aos aproveitadores da fé alheia (note que na época o cão não era um animal domesticado como é hoje, ele efetivamente não era o "amigo do homem"). Paulo entendia que para tais pessoas o orgulho de ser judeu e assim ter "autoridade" para doutrinar os demais era seu maior triunfo.

Assim, Paulo fala um pouco de si mesmo (não para se vangloriar, mas para apresentar um pouco de sua experiência pessoal sobre o assunto). O apóstolo mostra que, se fosse seguir a lógica destes maus obreiros,  teria motivo de sobra para vangloriar-se: era um judeu legítimo, e não um prosélito convertido ao judaísmo, tinha condições de dizer de qual tribo pertencia (no caso, da tribo de Benjamim, de onde veio o primeiro rei de Israel, Saul, cujo nome "Saulo" faz referência em forma de homenagem), tinha sido não apenas fariseu, mas um dos melhores de sua época, já que foi discípulo de Gamaliel, uma dos rabinos que marcou sua época. Enfim, quando se tratava de judaísmo, Paulo tinha credenciais que poucos judeus teriam (será que os judaizantes que Paulo critica aqui teriam credenciais semelhantes?). No entanto, em determinado momento da vida Paulo encontrou algo mais importante do que tudo que já tinha conquistado em sua carreira religiosa: Cristo.

Para ter a Cristo Paulo teve que abrir mão de todo o seu  passado como fariseu, todo o prestígio que tinha conquistado como rabino, todos os benefícios acumulados pela sua singular história, simplesmente para ser considerado um dos seguidores de Cristo e para ser identificado como um dos seus filhos. De fato, não foi nada fácil para Paulo desfazer-se de sua condição destacada no judaísmo. Ele teve que anular-se completamente em sua carreira religiosa e ser visto como um inimigo, de perseguidor virara perseguido, de cima do cavalo no caminho para Damasco sair escondido dentro de um cesto na mesma cidade.

Sim, Paulo teve que deixar tudo para seguir a Cristo, e agora, preso em Roma chegou à conclusão de que tudo valeu a pena e de que todas aquelas coisas que tanto valorizou no passado, embora tenham sido úteis para fazê-lo conhecer a Cristo, não lhe faziam mais falta alguma!

Sem dúvida, qualquer um dos judaizantes que poderiam trazer problemas para os filipenses "daria de tudo" para alcançar a posição que Paulo tinha no passado quando era fariseu. No entanto, quando conheceu a Cristo, Paulo percebeu que todas aquelas coisas nada representavam quando comparadas ao privilégio de pertencer a Cristo, tema que será desenvolvido no comentário da próxima semana.

Assim, concordo com o título da lição da CPAD desta semana, de que os conselhos de Paulo são atuais. Sim, são atualíssimos! Ainda hoje existem líderes religiosos que batalham para fazer prevalecer seu poder e para mostrarem-se melhores do que os outros por supostamente terem alguma vantagem diante de Deus, como se algo os diferenciasse diante do olhar do Altíssimo.

No entanto, na presença de Deus todos estamos "desarmados", dependendo única e exclusivamente de sua graça para poder chegar até Cristo e conhecê-lo. Paulo aprendeu isto e se admirava de ver pessoas empenhando suas vidas em algo efêmero, mas que se revestia do manto de religiosidade.

Para encerrar meu comentário, lembro-me da parábola contada por Jesus sobre a pérola de grande valor. Para tê-la o sujeito teve que se desfazer de tudo, e acabou desfrutando do melhor tesouro que poderia ter. Que aprendamos com o Mestre:

"O Reino dos céus também é como um negociante que procura pérolas preciosas.Encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou". (Mt 13.45-46)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Jesus começou, nós continuamos (em áudio)

Compartilho hoje arquivo em áudio da mensagem que preguei ontem, dia 11 de agosto, na Igreja Assembleia de Deus do Alto do Russo (bairro de Perus - São Paulo/SP), pastoreada pelo Pr. Gedaia de Souza. Os dois textos-chave foram: At 1.1-2 e Lc 4.16-19.



Para ouvir ou baixar a mensagem, CLIQUE AQUI


Abraço a todos e todas!


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A fidelidade dos obreiros do Senhor (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 2.19-30



No  capítulo 1 de filipenses, Paulo afirma que uma das coisas que o afligiam era sua preocupação com as igrejas. O apóstolo estava preso e não podia visitar sequer uma delas, embora recebesse notícias (tanto boas quanto ruins) de diversas delas.

Com relação à Igreja de Filipos, Paulo se preocupava com o fato de não poder acompanhar in loco todo o desenvolvimento daquela comunidade. Assim, pretendia enviar à cidade um de seus cooperadores mais próximos, o jovem obreiro Timóteo. Paulo afirma que a presença de Timóteo entre os filipenses contribuiria para lhe trazer ânimo na prisão, já que , como ele próprio afirma se referindo ao seu filho na fé: 

"Não tenho ninguém como ele, que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês. Pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo. Mas vocês sabem que Timóteo foi aprovado, porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai. Portanto, é ele quem espero enviar" 
(Fl 2.20-23 - NVI)

Neste texto, a partir de um experiência prática, a Bíblia nos aponta o verdadeiro caráter do ministério cristão: o interesse pelo bem-estar do outro, mesmo que para isto tenhamos que abrir mão de nosso próprio bem-estar. Vale a pena lembrar que no momento em que Paulo fala dos que buscam "os seus próprios interesses" está fazendo referência àqueles que o abandonaram ou que se envergonharam dele pelo fato de estar preso. Timóteo, no entanto, não se envergonhava de ter um amigo considerado criminoso pelo sistema judicial romano, pois sabia que este amigo na realidade lutava pelos interesses do Reino de Deus. Assim, Paulo não hesitaria em mandá-lo para Filipos.

O texto também fala de Epafrodito, a quem já nos referimos na primeira lição do trimestre. O fato de Epafrodito ter ficado doente quando foi entregar o presente dos filipenses à Paulo deixou-os extremamente preocupados e Paulo faz questão de consolá-los informando de de que o irmão conseguira se recuperar e em breve estaria novamente em Filipos. É possível que sua doença tenha se manifestado em decorrência de sua viagem à Roma para visitar Paulo. Sobre ele, o apóstolo comenta: "ele quase morreu por amor à causa de Cristo, arriscando a vida para suprir a ajuda que vocês não me podiam dar" (Fl 2.30)

A passagem bíblica ganha maior brilho quando lembramos das condições em que Paulo, Timóteo e Epafrodito exerceram seus ministérios. A igreja da ápoca ainda não tinha uma estrutura hierárquica rígida, e ao que tudo indica os títulos de bispo e diácono que aparecem em algumas passagens do NT ainda não eram elementos de diferenciação social no interior da igreja, embora Pedro em sua primeira carta indique o perigo da existência de pastores que atuavam por ganância (I Pe 5.1-2). De qualquer forma, não era isto que estava em jogo no ministério de Paulo, Epafrodito e Timóteo. Os três não trabalhavam com o interesse de terem um tratamento diferenciado diante da comunidade ou lucrarem por serem obreiros bem sucedidos (lembre que em várias ocasiões Paulo teve que trabalhar fabricando tendas para sustentar suas viagens missionárias!), também não pregavam para obterem reconhecimento social perante a igreja e assim dominá-la. A motivação era o bem-estar dos crentes através de sua aproximação do Evangelho. Epafrodito quase morreu por conta disso!

O trecho nos faz lembrar do que verdadeiramente significa ser obreiro. Deus confiou a missão de ser sal da terra e luz do mundo à Igreja. Ser obreiro significa "dar suporte" à Igreja para que ela consiga cumprir tal objetivo. Paulo dava suporte aos salvos plantando igrejas e escrevendo epístolas, Timóteo pastoreando e Epafrodito fazendo longas viagens. Cada um, dentro de seu chamado específico contribuía para dar suporte aos salvos (falo mais sobre isto no artigo "Diferentes aptidões, diferentes ministérios" - leia-o clicando aqui)

Concluo a postagem desta semana com a frase do Pr. Israel Januário da Fonseca, a quem muito admiro e que dá suporte à Igreja na área do ensino: "Deus deu os pastores para a Igreja e não a Igreja para os pastores!"

Pensemos nisto!

Abraço a todos e todas!

domingo, 4 de agosto de 2013

Conselhos de Provérbios e Eclesiastes serão o tema da Revista de EBD da CPAD para o 4º Trimestre de 2013


A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) divulgou esta semana o tema de suas revistas da Escola Dominical para o 4º Trimestre de 2013. Para a faixa etária dos jovens e adultos o tema será: "Conselhos para a vida: a atualidade de Provérbios e Eclesiastes". O comentarista é o pastor piauiense José Gonçalves. 

Assim, depois de nos debruçarmos sobre a alegre carta de Paulo aos filipenses, voltaremos nosso olhar para a sabedoria hebraica do Antigo Testamento. As oito primeiras lições serão dedicadas a assuntos abordados em Provérbios, enquanto as outras cinco se dedicarão a Eclesiastes. Como se tratam de livros maiores, não será possível deter-se na análise de todos capítulos (como foi feito com Filipenses), mas são selecionados assuntos como prudência, trabalho, dinheiro, relacionamentos e disciplina, que aparecem em destaque nestes dois grandes livros do Velho Testamento.

Confira abaixo a capa os assuntos de cada uma das 13 lições do trimestre: 






Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo

O 4º Trimestre na EBD começa no primeiro domingo de outubro (dia 6) e se estende até o último domingo de dezembro (dia 29). A partir da última semana de Setembro disponibilizaremos em nosso blog nossos comentários para cada uma das lições. 

Abraço a todas e todos. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

As virtudes dos salvos em Cristo (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 2.12-18

Como vimos na postagem anterior, uma das palavras-chaves para a compreensão  do exemplo de humildade de Jesus é obediência. Foi por intermédio de sua obediência irrestrita ao Pai que Cristo se contrapôs à desobediência generalizada provocada pelo pecado no mundo. Cristo foi obediente até a morte, tornando-se o maior exemplo e inspiração para aqueles que lutam contra o pecado.

Na passagem de Fil 2.12-18 Paulo quer destacar o lugar da obediência no processo de salvação e para tanto faz duas declarações que a principio parecem se contradizer: primeiro diz que devemos "operar a nossa salvação" e depois diz que "Deus é quem opera em nós tanto o querer quanto o efetuar". Assim, pode aparecer a dúvida: quem opera a salvação? Deus ou nós mesmos?

Na realidade as duas expressões estão falando de partes diferentes do mesmo processo. Nossa salvação depende única e exclusivamente da obra de Cristo, já que não teríamos nada que pudéssemos oferecer a ele para "bancar" nossa salvação.

Esta afirmação me faz lembrar que em minha infância costumava ouvir o Pr. Samuel Bezerra (então pastor da Assembleia de Deus em Pindamonhangaba) quando vinha pregar nos Congressos de jovens de minha igreja. Todo ano antes de pregar ele cantava um hino de sua autoria, que dizia:

Eu sou sócio de Deus
Eu sou muito feliz
Nesta sociedade
Deus me aceitou
Ele me quis
Eu entrei com a fé
Que ele mesmo me deu
Nesta sociedade
Que felicidade
Quem lucra sou eu

Logicamente, o que estava por trás da letra não era a intenção de promover nos ouvintes o desejo de obter "vitórias financeiras" por parte de Deus, ou transformar nossa relação com ele em um contrato capitalista. Na realidade o hino quer mostrar que nossa salvação depende daquilo que Deus nos apresenta e daquilo que nós apresentamos para ele. No entanto, como não tínhamos nada para apresentar para ele, então, ele nos deu a fé. Ou seja, até mesmo o elemento que precisaríamos para nos tornarmos "seus sócios"  é um presente dele para nós. Nesta sociedade, Deus é quem providenciou tudo, até mesmo os recursos para que pudéssemos chegar até ele!

Ótimo! Concluímos que é Deus quem opera o querer e o efetuar, pois até o desejo que temos de segui-lo dependeu da fé que ele gratuitamente nos deu. Como explicar então a outra parte do texto, "operai a vossa salvação"?

O que o texto quer mostrar é que a salvação não é apenas algo que vai acontecer quando chegarmos ao céu. A salvação começa quando conhecemos a Cristo, e do ponto de vista de Deus, começou antes mesmo da fundação do mundo (I Pd 1.20). Ou seja, não seremos salvos só quando chegarmos ao céu. Já somos salvos agora! E como salvos devemos externar através de nosso convívio diário o que significa ser salvo. Como traduz a NVI: "ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor" (Fl 2.12)

Como colocar a salvação em ação? Paulo explica: fazendo as coisas sem murmurações e contendas. Vale a pena lembrar aqui que os hebreus que saíram do Egito em direção a Canaã, colocaram tudo a perder por conta das murmurações, um forma de colocar em dúvida a maneira como Deus conduz as coisas, um passo apenas antes da incredulidade.

A chave para colocar a salvação em ação está no versículo 16: "retendo a palavra da vida". Note que o que Paulo está falando não é uma mera memorização de textos bíblicos, mas uma atitude de envolvimento completo com os princípios expressos através da vida e obra de Cristo e das Escrituras. É comprometimento total com a palavra da vida.

Só assim será possível alcançar o principal objetivo de Deus para nossas vidas: brilhar como astros no mundo (Fl 2.15). Brilhar aqui não tem nada a ver com fama ou projeção social, mas colocar a salvação em prática de tal forma que nossa ações apontem única e exclusivamente para Deus e sua graça salvadora. Significa brilhar para iluminar ainda mais o Evangelho, e não nos mesmos.

Que lutemos por isto!