quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

PUC/SP oferece curso de extensão sobre o pentecostalismo no século XXI

A PUC - SP oferece a partir do dia 22 de março o curso de extensão "Pentecostalismo no século XXI - mudanças e novas perspectivas". A inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de março e as aulas serão ministradas em 10 encontros aos sábados.

A equipe de professores é formada por pesquisadores do Grupo de Estudos do Protestantismo e Pentecostalismo (GEPP) que se reúne quinzenalmente na PUC-SP. O coordenador tanto do grupo quanto do curso é o Prof. Dr. Edin Sued Abumanssur.

Além do coordenador, fazem parte da equipe de professores os doutores Gedeon Freire de Alencar, Gerson Leite de Moraes, João Décio Passos, Marina Correa, além dos mestres Eduardo Meimberg, Samuel Valério e Vagner Marques. Todos pesquisadores com relevantes trabalhos na área.

Os temas abordados nos 10 encontros serão:
  • As origens do pentecostalismo na Europa e nos EUA
  • O Surgimento do Pentecostalismo no Brasil. As Ad´s e a CCB
  • Pentecostalismo e Religiosidade Popular
  • O Neopontecostalismo e as Novas Igrejas Pentecostais
  • Pentecostalismo e Mídia
  • Pentecostalismo e Violência
  • Pentecostalismo e Sexualidade
  • Pentecostalismo e Política
  • Quantos são os Pentecostais. O censo de 2010
  • Um século de Pentecostalismo no Brasil
No site da PUC-SP é possível obter maiores informações o curso.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A celebração da primeira páscoa (Série Êxodo na Escola Dominical)

Na semana anterior falamos sobre as pragas do Egito, as propostas de faraó a Moisés e aos israelitas, bem como o significado que estes atos divinos tiveram tanto para os israelitas quanto para o império egípcio.

No entanto, falamos apenas sobre as primeiras nove pragas, cada uma delas destacando um aspecto da soberania divina frente às divindades egípcias. Faltou falar da última praga, que adquiriu um significado ainda maior para os hebreus.

A última praga colocou em xeque o poder pessoal do próprio faraó, considerado também uma divindade. O texto de Ex 12 faz questão de destacar que a praga da morte dos primogênitos afetou a todas as famílias egípcias, a começar pela casa de seu maior governante.Tão grande calamidade colocou em risco a posteridade do império egípcio, já que os principais herdeiros de todas as famílias haviam morrido. De fato, tal situação não é nada comum!

Igualmente incomum é imaginar um império como o egípcio abrir mão de uma de suas principais forças de trabalho por conta de uma sucessão de calamidades anunciadas por um homem que surge do deserto com o único objetivo de libertar da escravidão seu povo de origem, depois de quarenta anos vivendo longe deste povo, tudo isto sob a ordem de um Deus invisível!

Foi por intermédio de todas estas situações que o povo foi liberto da escravidão, ainda que o faraó não tivesse "amolecido" de fato o coração e posteriormente voltasse atrás em sua decisão, como veremos na próxima lição.

Para a lição desta semana, o que deve ser destacado é o significado que a saída do povo do Egito ganhou para os israelitas. Primeiramente, Deus orienta a Moisés que seu povo apenas estaria livre da matança dos primogênitos se tivessem na verga da porta de suas casas um pouco do sangue do cordeiro ou do bode que cada família deveria sacrificar.  (Como destacaram Pfeiffer e Harrison, "não no chão para que fosse pisado, mas na porta, para que fosse visto"). Desta forma, o Deus dos hebreus se revela como aquele que, embora maior que todo o império egípcio, está disposto a salvar e livrar o o ignorado povo hebreu, desde que este povo aceite os termos do sacrifício proposto. Através da morte do cordeiro cada família seria salva. Não é preciso relembrar que todo este simbolismo aponta de forma evidente para o sacrifício de Cristo. Além disso, o fato de os hebreus comerem a carne do animal morto em comemoração à sua libertação nos faz lembrar da celebração cristã da Ceia, em que participamos do corpo de Cristo representado no pão, como símbolo de nossa ligação com ele e da vitória sobre o pecado. Neste sentido a páscoa, mais do que um mero costume judeu, apontava para o sacrifício perfeito que alcançaria toda a humanidade. Como afirmamos no post passado não podemos deixar de ler o Êxodo tendo a obra de Cristo como pano de fundo. Temos que ler o Êxodo, bem como todo o Antigo Testamento com as lentes do Novo Testamento.

Assim instituí-se a Pesach, a Páscoa dos hebreus, evento em que mediante a refeição de pães sem fermento, ervas amargas, além do próprio cordeiro, os judeus relembram-se das humilhantes condições de escravidão no Egito e também da forma extraordinária como Deus os libertou. A primeira Páscoa, registrada a partir do cap. 12 do Êxodo, aconteceu sob circunstâncias incomuns: os hebreus deveriam comer "com as malas feitas" e prontos para saírem a qualquer momento, eis o porquê dos pães sem fermento: não haveria tempo para prepará-los do modo convencional

Assim, a Páscoa tornou-se um memorial para os hebreus, um ritual que deveria obrigatoriamente ser repetido todos os anos. Dentre os aspectos que deveriam ser lembrados estavam: a aflição dos tempos da escravidão, o comer preparado para sair e a comemoração em família.  A primeira páscoa marcou também o início de um novo calendário para os hebreus: ali começava um novo mês e um novo ano. Em termos históricos, poucas datas receberam tanta atenção ao ponto de darem origem a um novo calendário. Enfim, a Páscoa representava um novo começo para os hebreus, que dali para frente seriam de fato uma nação, a nação de Israel.

Todos estes aspectos podem ser aplicados para nossos dias. Paulo afirma aos filipenses que não se cansava de falar sempre as mesmas coisas (Fl 3.1). Ou seja, há coisas na vida cristã que devem ser repetidas o tempo todo pois jamais podem ser esquecidas. Para os judeus a Páscoa e as demais festas que posteriormente seriam estabelecidas no calendário religioso tinham esta função. Na vida cristã há coisas que devem ser lembradas o tempo todo. Eis o porquê das palavras de Cristo ao servir sua última Ceia: fazei isto em memória de mim...

A identidade da nação israelita nasceu no ato de livramento do Egito, por isso, lembrar-se da Páscoa era fortalecer a identidade do povo. Transferindo tal noção para nossos dias podemos afirmar: se nos esquecermos do valor da morte de Cristo perdemos por completo nossa identidade cristã...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Pensando rápido (3): A raiva e o sono

                                                                                                                                                                                                                       

"Não é bom fazer o corpo dormir enquanto a raiva está acordada!"                                                                                                              (Elben Lenz César - Pastor e fundador da Revista Ultimato)



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

As pragas divinas e as propostas ardilosas de Faraó (Série Êxodo na Escola Dominical)


O relato das dez pragas lançadas contra o império egípcio é sem dúvida um dos mais marcantes do Antigo Testamento. Podemos entender as dez pragas como uma resposta de Deus à pergunta de Faraó: "Quem é o Senhor, para que eu lhe obedeça e deixe Israel sair?"( Êx 5.2 ). De fato, o que está em questão no relato é a superioridade do Deus dos hebreus em relação aos deuses do Egito.

É interessante lembrar que o Deus adorado pelos hebreus, diferente de todas as divindades cultuadas pelos egípcios não possuía e não possui qualquer representação através de imagens ou escultura (este inclusive se tornaria posteriormente o segundo mandamento dado aos hebreus: a proibição quanto à criação de imagens que representassem Deus). Assim, muito mais que uma mera punição ao Faraó, as pragas apontam para a superioridade do Deus hebreu em relação a todos os elementos da natureza que os egípcios consideravam deuses.

A primeira das pragas, por exemplo, a de transformar água em sangue, mexia com o elemento natural responsável por transformar o Egito em um Império em meio ao deserto: o rio Nilo. De fato, o grande rio era responsável por fornecer vida a um Império cravado em uma região desértica. Assim, mais do que um rio, o Nilo era considerado um deus. E foi ali que a primeira das demonstrações da existência e superioridade de Deus se manifestou.

E assim aconteceu com as outras pragas: rãs, piolhos, moscas, doenças nos animais, saraivas, gafanhotos, trevas apalpáveis (ou seja, causada por tempestades de areia) e por fim a morte dos primogênitos (que será estudada na próxima lição). Enfim, todas elas estavam de alguma forma relacionadas a "desbancar" alguma divindade egípcia. Parte delas foram antecipadas por avisos por parte de Moisés e outras vieram sem aviso prévio. Em algumas delas faz-se questão de dizer que os hebreus não foram afetados. Das duas primeiras os magos egípcios conseguiram fazer uma "cópia" (resistindo a Moisés, conforme II Tm 3.8), das demais, não.

O foco da lição da CPAD para as pragas está nos diálogos e nas propostas apresentadas pelo Faraó a Moisés. Neste ponto gostaria de destacar dois elementos. O primeiro deles é a questão de Faraó ter endurecido o coração, tema debatido pelo apóstolo Paulo em Romanos capítulo 9 e que tem sido fonte de inúmeros debates sobre o livre arbítrio humano. Entendo que o texto bíblico nos indica que Deus utilizou o já endurecido coração do líder egípcio, acentuando inclusive esta tendência,  para mostrar ao próprio Faraó, aos egípcios, aos hebreus e às gerações futuras a sua glória e soberania, embora isto não isente Faraó de sua culpa. Isto nos mostra que mesmo o duro coração humano não é um impedimento para que Deus faça cumprir seus propósitos de redenção da humanidade, nem mesmo uma barreira para a manifestação de sua glória (embora o coração que se endureceu não participe desta experiência).

O segundo aspecto é com relação às "brechas" que Faraó abriu para a negociação com Moisés (permitir que o povo sacrificasse a Deus no próprio Egito, que não fosse tão longe, ou então ir sem as mulheres, sem os bens e crianças). Tais propostas não mostram um Faraó que estivesse temendo a Deus, mas um Faraó que estava temendo às pragas. Comportamentos similares ainda podem ser vistos em nossos corações, quando buscamos a Deus por conta de algum interesse prático e não por conta do próprio Deus.

Enfim, acredito que as pragas tinham um propósito duplo: além de mostrar aos egípcios quem era o Deus dos hebreus e assim responder a irônica pergunta de Faraó em Ex 5.2., as pragas serviram também como experiência histórica da ação divina para os próprios hebreus, que a partir de então tiveram elementos para perceber que o Deus de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó também era o seu próprio Deus.

Para o próxima semana teremos o desfecho final das pragas com a celebração da Páscoa.

Até lá!




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Semana Teológica na Assembleia de Deus de Vila Perus começa nesta terça-feira

Começa na próxima terça-feira, dia 14, a 3ª Edição da Semana Teológica da Igreja Assembleia de Deus em Vila Perus, uma das sedes regionais ligadas ao Ministério de Perus.

O evento, promovido pela coordenação local da ETADEMP (Escola Teológica da Assembleia de Deus Ministério de Perus) acontece anualmente  e tem por objetivo promover reflexões sobre a importância do ensino bíblico de qualidade na igreja, bem como incentivar novas matrículas para o curso básico de teologia oferecido pela Escola.

Para este ano o tema geral escolhido para o evento foi: "A Igreja promovendo o ensino da doutrina cristã" (II Tm 3.15). As plenárias acontecerão entre os dias 14 e 18 de janeiro, sempre a partir das 19hs. Os palestrantes e seus respectivos temas serão:

Pr. Elias Cardoso - (Confira as fotos)
Tema: O papel da igreja na preservação da doutrina cristã.

Pr. Israel Januário da Fonseca
Tema: A Igreja e a importância do ministério do ensino.  

Ev. Caramuru Afonso Francisco (Portal EBD)
Tema: A Igreja e o ensino sobre a pessoa de Cristo

Ev. Fernando Cardoso
Tema: A Igreja e o ensino sobre a doutrina do Espírito Santo.

Pr. Geremias Tiófilo Pereira
Tema: A Igreja e o ensino sobre a doutrina da salvação

A Igreja Assembleia de Deus de Vila Perus está localizada à Rua Raphael di Sandro, 236 - Perus - São Paulo. 

A entrada é franca! 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Um libertador para Israel (Série Êxodo na Escola Dominical)


O terceiro capítulo do Êxodo é o capítulo da chamada de Moisés para libertar o povo de Israel da escravidão no Egito.

Antes de chegar a este capítulo já temos algumas informações sobre Moisés que foram apresentadas nos capítulos anteriores: a maravilhosa história da preservação de sua vida quando criança, a surpreendente forma pela qual foi adotado pela filha de faraó, e uma característica que julgo fundamental para compreender sua personalidade, um coração voltado para o povo hebreu, que sabia ser de fato seu verdadeiro povo.

Quando lemos o relato da fuga de Moisés do Egito no final do capítulo 2, somos levados a reprovar por completo sua atitude. De fato, matar um egípcio não era a opção ideal para iniciar o processo de libertação do povo hebreu. Pfeiffer e Harrison comentam que: "Moisés apresentou-se ao seu povo como o seu paladino, mas os israelitas ainda não estavam prontos para a redenção, nem ele mesmo. "Seria por meio do cajado e não da espada – pela brandura e não pela ira de Moisés que Deus realizaria a Sua grande obra de libertação" (JFB). Atos 7:25 expressa este patético pensamento, "Ele cuidava que seus irmãos entenderiam". Assim, para além do erro de Moisés, este episódio mostra que nele existia um senso de justiça que era maior que as glórias de sua posição de filho da filha de faraó. Por isso, o escritor da carta aos hebreus afirma que sua fuga do Egito foi um ato de fé:

Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó,
preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa. Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível. (Hebreus 11.24-27 - NVI)

Temos aqui uma pista para conhecer um pouco mais do coração de Moisés. De acordo com o escritor aos hebreus, sua saída do Egito não foi motivada pelo medo, mas foi uma opção de Moisés de negar-se como participante das injustiças praticadas pelos egípcios contra os hebreus . Neste momento Moisés escolheu renunciar sua posição de membro da "família real" egípcia e tornar-se um fugitivo. Embora sua fuga fosse uma forma de preservar sua vida, parece que em seu mente ainda existia a esperança de que em algum dia a situação de seus irmãos melhoria, e que eles poderiam ver cumpridas as promessas feitas por Deus aos patriarcas, já que Moisés "via aquele que é invisível..." 

Em Ex. 3 passaram-se quarenta anos desde estes episódios todos. Moisés mora em Midiã, está casado, tem dois filhos, e exerce a função de pastor de ovelhas, algo muito distante das expectativas que haviam sido lançadas sobre ele quando ainda vivia no Egito.

Nestas circunstâncias Deus se manifesta a Moisés de forma surpreendente (penso que a revelação de Deus a Moisés na sarça ardente e tudo que o Senhor fala a respeito de si mesmo no decorrer do capítulo 3 é um tema que merecia uma lição específica...) e toca nos assuntos que tanto mexeram com o coração de Moisés décadas antes: o fim da escravidão dos hebreus.

Moisés apresenta um série de justificativas para não voltar ao Egito, dentre as quais a preocupação de que seus irmãos não o receberiam, de que não tinha as habilidades necessárias para falar ao povo, dentre outras... Deus, de modo gracioso responde a cada uma das indagações de Moisés e por fim ele volta ao Egito, agora muito mais maduro e humilde.

Penso que o versículo chave para entendermos o chamado de Moisés é Ex 3.7:  "E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores"

Por mais que admiremos a personalidade e o chamado de Moisés, não podemos nos esquecer que a principal preocupação de Deus foi com o povo que estava sofrendo. Este foi o primeiro assunto de Deus com Moisés. Aliás, Moisés só estava sendo chamado por causa da aflição do povo. A salvação do povo, e não a projeção de Moisés, era o principal interesse de Deus, já que por trás da preservação daquele povo estava o propósito maior de salvação da humanidade através do Cristo que nasceria entre os filhos de Israel nos séculos seguintes.

Assim, o chamado de Moisés tem muito a nos ensinar sobre nossa posição no reino de Deus. O Senhor só chama e levanta pastores, professores de EBD, ensinadores, cantores, obreiros... com o objetivo de edificar  alguém. O propósito principal de qualquer chamado é o de alcançar outros e não o de se projetar. Que tenhamos em nossa mente tal propósito.

Abraço a todos e todas.

Referências:
PFEIFFER, Charles F.; HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody - Vol 1. Editora Batista Regular. 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O livro de Êxodo e o cativeiro de Israel no Egito (Série Êxodo na Escola Dominical)

Não é possível começar o livro do Êxodo sem retomar o livro do Gênesis. Aliás, os cinco primeiros livros da Bíblia formam um conjunto bem entrelaçado sobre o surgimento e desenvolvimento inicial da nação mais citada na Bíblia: o povo de Israel.

Eugene Petersen faz uma analogia bem interessante sobre os cinco primeiros livros da Bíblia: em Gênesis Israel está sendo concebido, em Êxodo vemos seu nascimento e primeira infância, Levítico é o período da educação, enquanto Números é a sua adolescência, apenas em Deuterônomio é possível ver Israel já adulto.

Assim, em Êxodo acompanhamos a formação do povo de Israel. Um povo que nasce já trazendo preocupação ao maior império da época e por conta disso já nasce escravo. Em Êxodo vemos como este grupo de escravos, unidos pela força da tradição e das promessas divinas feitas a seus antepassados torna-se efetivamente  uma nação, com suas próprias leis e com seu próprio território (embora este território só viesse ser alcançado durante a liderança de Josué, após a longínqua peregrinação na deserto).

Compreender a origem e o nascimento da nação de Israel é fundamental para termos o pano de fundo sob o qual nascem as promessas de salvação da humanidade. Em resumo: Deus planejou salvar a humanidade, para tanto criou uma nação a partir de um único homem (Abraão). Esta nação foi agraciada com a missão de trazer ao mundo o salvador de toda a humanidade. Assim, conhecer a história de Israel significa conhecer todo o ambiente histórico, cultural e religioso em que o Cristo nasceria séculos depois. É como acompanhar passo a passo  alguém que será o portador de uma dádiva que beneficiará a todos (embora na época de Cristo, Israel não tivesse esta consciência, mas isto é assunto para outra postagem...)

Pois bem, em Êxodo surge um personagem fundamental para a história de Israel e que se tornará uma referência para os judeus: trata-se de Moisés, responsável por conduzir o povo em seu período de formação no deserto.

Em apenas 10 versículos (Ex 2.1-10) a infância de Moisés é narrada, em uma das mais belas do Antigo Testamento. Sob a iminência de ver seu recém nascido filho morto pela guarda de faraó, Joquebede decide colocar seu filho em um cesto de juncos.O cesto acaba sendo encontrado pela filha de faraó, que decide criar o menino como seu próprio filho. No entanto, acaba designando para a função de cuidar dele Joquebede, evidentemente sem saber que esta era a mãe do menino.

Assim, Moisés cresce na corte do Egito, mas amparado nos ensinos, na tradição e na fé de seu povo. Percebemos aí Deus atuando na história de um indivíduo e de uma nação mesmo em meio à complicada situação do povo de Israel diante do poder humano,representado neste momento no poderoso império egípcio. Nasceria assim o libertador da nação israelita, assunto que estudaremos na próxima semana...

Êxodo mostra a atuação divina de maneira evidente em momentos como a travessia do Mar Vermelho (que estudaremos na lição 5), mas também mostra a sua atuação de maneiras mais simples, mas que igualmente indica sua preocupação para com seu povo. Lembro-me de um detalhe destacado por Philip Yancey em um de seus textos: Êxodo preocupa-se em citar o nome das duas parteiras hebreias no capítulo 1 (Sifrá e Puá - Ex 1.15), mas não se preocupa em registrar o nome do faraó que governava o Egito na época. Assim, Êxodo permite-nos pensar sobre qual é a perspectiva de Deus ao olhar para a história da humanidade.

Abraço a todos e todas.