quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A fidelidade dos obreiros do Senhor (Série Filipenses na Escola Dominical) - Fl 2.19-30



No  capítulo 1 de filipenses, Paulo afirma que uma das coisas que o afligiam era sua preocupação com as igrejas. O apóstolo estava preso e não podia visitar sequer uma delas, embora recebesse notícias (tanto boas quanto ruins) de diversas delas.

Com relação à Igreja de Filipos, Paulo se preocupava com o fato de não poder acompanhar in loco todo o desenvolvimento daquela comunidade. Assim, pretendia enviar à cidade um de seus cooperadores mais próximos, o jovem obreiro Timóteo. Paulo afirma que a presença de Timóteo entre os filipenses contribuiria para lhe trazer ânimo na prisão, já que , como ele próprio afirma se referindo ao seu filho na fé: 

"Não tenho ninguém como ele, que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês. Pois todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo. Mas vocês sabem que Timóteo foi aprovado, porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai. Portanto, é ele quem espero enviar" 
(Fl 2.20-23 - NVI)

Neste texto, a partir de um experiência prática, a Bíblia nos aponta o verdadeiro caráter do ministério cristão: o interesse pelo bem-estar do outro, mesmo que para isto tenhamos que abrir mão de nosso próprio bem-estar. Vale a pena lembrar que no momento em que Paulo fala dos que buscam "os seus próprios interesses" está fazendo referência àqueles que o abandonaram ou que se envergonharam dele pelo fato de estar preso. Timóteo, no entanto, não se envergonhava de ter um amigo considerado criminoso pelo sistema judicial romano, pois sabia que este amigo na realidade lutava pelos interesses do Reino de Deus. Assim, Paulo não hesitaria em mandá-lo para Filipos.

O texto também fala de Epafrodito, a quem já nos referimos na primeira lição do trimestre. O fato de Epafrodito ter ficado doente quando foi entregar o presente dos filipenses à Paulo deixou-os extremamente preocupados e Paulo faz questão de consolá-los informando de de que o irmão conseguira se recuperar e em breve estaria novamente em Filipos. É possível que sua doença tenha se manifestado em decorrência de sua viagem à Roma para visitar Paulo. Sobre ele, o apóstolo comenta: "ele quase morreu por amor à causa de Cristo, arriscando a vida para suprir a ajuda que vocês não me podiam dar" (Fl 2.30)

A passagem bíblica ganha maior brilho quando lembramos das condições em que Paulo, Timóteo e Epafrodito exerceram seus ministérios. A igreja da ápoca ainda não tinha uma estrutura hierárquica rígida, e ao que tudo indica os títulos de bispo e diácono que aparecem em algumas passagens do NT ainda não eram elementos de diferenciação social no interior da igreja, embora Pedro em sua primeira carta indique o perigo da existência de pastores que atuavam por ganância (I Pe 5.1-2). De qualquer forma, não era isto que estava em jogo no ministério de Paulo, Epafrodito e Timóteo. Os três não trabalhavam com o interesse de terem um tratamento diferenciado diante da comunidade ou lucrarem por serem obreiros bem sucedidos (lembre que em várias ocasiões Paulo teve que trabalhar fabricando tendas para sustentar suas viagens missionárias!), também não pregavam para obterem reconhecimento social perante a igreja e assim dominá-la. A motivação era o bem-estar dos crentes através de sua aproximação do Evangelho. Epafrodito quase morreu por conta disso!

O trecho nos faz lembrar do que verdadeiramente significa ser obreiro. Deus confiou a missão de ser sal da terra e luz do mundo à Igreja. Ser obreiro significa "dar suporte" à Igreja para que ela consiga cumprir tal objetivo. Paulo dava suporte aos salvos plantando igrejas e escrevendo epístolas, Timóteo pastoreando e Epafrodito fazendo longas viagens. Cada um, dentro de seu chamado específico contribuía para dar suporte aos salvos (falo mais sobre isto no artigo "Diferentes aptidões, diferentes ministérios" - leia-o clicando aqui)

Concluo a postagem desta semana com a frase do Pr. Israel Januário da Fonseca, a quem muito admiro e que dá suporte à Igreja na área do ensino: "Deus deu os pastores para a Igreja e não a Igreja para os pastores!"

Pensemos nisto!

Abraço a todos e todas!

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